A Caixa Econômica da Corte
R$ 0,00Preço
Editora/Coeditora
EduffAutor/organizador(es)
Thiago Alvarenga de OliveiraAno de publicação
2022ISBN
978-65-5831-154-6Número de páginas
Sinopse
O livro está na linha inovadora de pesquisa sobre as entidades microfinanceiras criadas a partir do discurso contra a exclusão financeira de amplas camadas da população dos grandes centros urbanos americanos do século XIX, mas que passaram a funcionar para outros fins. Exemplo de como as ideias da economia política liberal europeia penetraram nesses espaços comerciais, nos quais o capitalismo financeiro e comercial estava se desenvolvendo de maneiras próprias. Trabalho abrangente de análise geral dos contextos econômicos do Brasil e, particularmente, do Rio de Janeiro, que determinaram o surgimento dessas instituições de poupança e previdência. De acordo com a pesquisa do autor Thiago Alvarenga, o sistema financeiro construído nas origens da formação brasileira como Estado-Nação era extremamente elitista e hierarquizado, mas não significa que as populações subalternas de pequenos comerciantes, proprietários, artesãos, ambulantes e parcela da grande massa de escravizados fosse alheia a essa economia. Ao contrário, deliberadamente o Estado brasileiro se interpôs às instituições financeiras privadas que haviam começado a se apropriar desses capitais desde a década de 1830 e, com a criação da Caixa Econômica da Corte, em 1861, passou a controlar grande parte dessas poupanças. Alvarenga mostra como a criação da Caixa Econômica da Corte e do Monte do Socorro do Rio de Janeiro, em 1861, foi um caminho tortuoso no qual o sistema financeiro do Rio de Janeiro começou a se formar e influir em um sistema financeiro nacional. A Caixa Econômica da Corte, segunda instituição desse tipo fundada na cidade, foi uma resposta direta do governo imperial às tentativas anteriores de controlar as finanças e as economias dos setores populares. A bem-sucedida experiência de controle e uso das economias de amplas camadas de trabalhadores se expandiu para o restante do país já na década de 1870. O estudo do autor sobre a clientela da instituição e as operações que ela realizava o leva a questionar se essas entidades eram verdadeiros "bancos dos pobres" ou, ao contrário, substitutos dos bancos comerciais formais que não conseguiam se estabelecer nesses ambientes comerciais. A obra analisa ainda a composição das diretorias da Caixa Econômica da Corte ao longo do período estudado e demonstra o caráter conservador e tutelado do controle das economias populares pelos grupos governantes do país, que mantinham, em comum, estruturas sociais e mentais bastante rígidas. Também percorre as tentativas de reformas da instituição.