O século XIX e a ânsia de espaço na literatura brasileira

Editora UFMS

José Alonso Tôrres Freire

2022

978-65-89995-60-9

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A historiografia da literatura brasileira tanto se constitui a partir de autores e aspectos que foram privilegiados ao longo do tempo, constituindo um cânone, quanto algumas obras que foram excluídas dos grandes painéis, especialmente na abordagem do século XIX, em momento decisivo da formação da literatura brasileira, conforme Antonio Candido (2007). No entanto, vários excluídos poderiam ter contribuído para iluminar aspectos distintos dos que aparecem com mais frequência, como buscamos mostrar neste trabalho. Dessa forma, nesta obra focalizo alguns dos escritores “bandeirantes”, bem além do cânone, que se aventuraram, muitas vezes, a escrever, publicar e representar terras desconhecidas dos leitores: Lourenço Amazonas, com seu romance Simá – romance do alto Amazonas (1857); Maria Firmina dos Reis, com seu romance Úrsula (1859); o romance A fome (1890), de Rodolfo Teófilo. Além deles, serão comentados, ainda, quatro contos da Antologia de Contos Românticos (2012). Como preparação para as análises, apresento inicialmente uma breve arqueologia da construção da nacionalidade e a seguir um pequeno panorama de como o espaço condiciona, na literatura brasileira do século XIX, o tipo de enredo que se projeta ali, além da abordagem de dois escritores canônicos, José de Alencar e Machado de Assis, que apontam representações distintas do espaço.